Vulgarmente conhecido por “cancro de pele”, este tipo de tumor, não é o único com origem nos constituintes da nossa pele, mas é dos mais mortais. Trata-se dum tumor que, por exemplo, só em 2015 nos Estados Unidos da América (EUA) surgiu em 73.870 indivíduos (4,5% de todos os cancros); quase 10 000 morreram pela doença, (1,7% de todas as mortes por cancro). [1]
O melanoma da pele tem origem nos melanócitos, que se encontram entre a epiderme e a derme. É mais frequente acima dos 55 anos, mas também pode surgir em idades mais jovens. É igualmente mais comum na raça branca.[2] Ora, isto remete para um dos factores de risco mais comumente conhecidos para o melanoma: a exposição solar (radiação ultra-violeta), à qual as peles claras são mais sensíveis. Não é por acaso que este cancro é mais frequente nos países do sul da Europa (3 a 5/100.000/ano) relativamente aos nórdicos (12-25/100 000/ano). [2]
Ainda que mais raro na raça negra, no caso de ocorrer nesta raça, tem uma localização mais frequente nas palmas das mãos ou plantas dos pés, por baixo das unhas, nas mucosas...são portanto locais a vigiar neste fototipo (tipo de pele).
MAS ENTÃO, QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO?
Não existe uma causa única para o desenvolvimento de melanoma.
Globalmente, os fatores de risco mais comuns para o desenvolvimento de melanoma são a pele clara, a exposição prolongada ao sol (escaldões solares, radiação ultra-violeta, solários, trabalhar no campo muitos anos sem cuidados, sair de casa todos dias, mesmo quando não está sol, sem protector solar), ter um sistema imune fraco, muitos sinais no corpo (mais de 50) ou outros casos de melanoma na família.
É preciso ter atenção quando um sinal do nosso corpo muda de aspecto, nomeadamente no tamanho, forma, cor, textura, aparecimento de comichão, exsudado (corrimento) ou hemorragia. O aparecimento de um novo sinal deve também ser valorizado.
Tendo em conta que estamos em Portugal, um país ensolarado por natureza, é importante que faça o seu autoexame e vigiar de perto os seus sinais. A conhecida mnemónica é ABCDE:
· Assimetria: a forma de uma metade é diferente da outra;
· Bordos: as margens são irregulares (não têm um aspeto homogéneo);
· Cor: a cor é desigual;
· Diâmetro: existe uma alteração no tamanho, sobretudo quanto tem mais do 6mm de diâmetro;
· Evolução: significa que houve uma mudança das suas características.
Quando existe suspeita de alguma destas alterações, deve consultar um médico Dermatologista. Na nossa clínica, dispomos de consultas semanais com o Dr. Diogo Pereira Forjaz (pode marcar aqui).
As possibilidades de cura são substancialmente maiores se o melanoma for diagnosticado e tratado numa fase inicial (localizado), em que é pouco espesso e não invade a pele em profundidade. [3]
No entanto, se não for removido numa fase inicial, as células tumorais podem disseminar-se e invadir em profundidade a pele ou tecidos/órgãos vizinhos. Nestas situações (doença avançada localmente ou metastizada) a doença é mais difícil de controlar.
Posto isto, neste dia mundial do Melanoma, relembre a importância do protector solar TODOS OS DIAS (mesmo quando não está sol e quando chove), sempre que sair de casa, com pelo menos 50+ SPF. Recomendo o meu favorito, Heliocare gel com cor SPF 50+. aproveite para fazer o seu auto-exame de sinais. Inspeccione zonas menos óbvias como os pés, mãos, unhas ou boca. Peça ajuda se possível para lhe verem as costas. Caso algum sinal apresente características suspeitas ou uma crosta que não cicatriza, consulte o nosso Dermatologista aqui. A sua saúde primeiro, sempre.
BIBLIOGRAFIA
2. Dummer, R., et al., Ann Oncol, 2015. 26 Suppl 5: p. v126-32. Cutaneous melanoma: ESMO Clinical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up.
3. Balch, C.M., et al., Journal of Clinical Oncology, 2009. 27(36): p. 6199-6206. Final Version of 2009 AJCC Melanoma Staging and Classification.
Comments